sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

é isto, só isto

Não consigo dormir. Por muito que me sinta cansada e sem forças a situação insiste em repetir-se. Não entendo porque é que tem de ser sempre à noite. Porquê? Porquê que tem sempre de surgir algo que me tira o sono? Desde que me lembro que é assim. Todos os dias a minha cabeça é invadida por um turbilhão de ideias e eu não consigo fazer nada quanto a isso. Reviro-me vezes sem conta na cama à procura de descanso. Fecho os olhos e tento perder-me na escuridão. Sem efeito. Parece que quanto mais o procuro mais difícil se torna de encontrar. Porém, pensar nos prós e contras de toda esta situação também não me faz nada bem. Só me deixa ainda mais confusa e sinceramente, já o estou que chegue.

Não sei o que pensar, muito menos o que fazer. É tudo tão simples mas ao mesmo tempo parece tudo tão complicado. Parece que meço todos os meus atos e todas as suas consequências, quer estas sejam boas ou más, e não gosto disto. Não quero ter medo de errar ao dizer algo. Não quero ter medo de estragar tudo, seja lá o que “tudo” signifique. Quero ser como sempre fui e agir como sempre agi. Se houver mudanças então que sejam para melhor. Isto é tudo novo para mim e ao mesmo tempo é tão bom, como nunca pensei que pudesse ser. Quero parar de me questionar, ter receio das coisas, ter receio de estar a ver tudo de uma perspetiva errada e no fim me magoar.
Descobri que é isso que faço à noite, antes de ir dormir. Deixo que todos aqueles pensamentos que evito durante o dia, todas aquelas inseguranças que me vão destruindo por dentro me invadam por completo. Esta sou eu na minha forma mais vulnerável. Naquela que não deixo ninguém ver, ou quase ninguém pelo menos. Cheia de dúvidas. Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas. E arrependimentos, e medos. Esta sou eu quando penso em nós e naquilo que poderia existir. Ou não. Por vezes penso que é só imaginação. Que é tudo fruto da minha cabeça. De qualquer forma, é o que sinto.