Insignificantes, é isso que somos. Nós e tudo aquilo que achamos intocável e
indestrutível. Pequenos, frágeis, mortais. Senhores do mundo cujas vidas estão
interligadas umas às outras através de uma rede de interesses sem fim. Nós e os
nossos “grandes” problemas cujas soluções pensamos serem impossíveis de
encontrar. Nós e os nossos egoísmos, crenças e hábitos que nos tornam ainda
mais minúsculos.
Toda a nossa vida é feita de fragmentos que estão colados
uns aos outros por algo invisível, pelo menos é assim que imagino. Quando um
dos fragmentos se descola achamos que os restantes vêm junto com ele, o que nos
leva a viver em constante equilíbrio forçado para que tudo corra conforme o
planeado. É como suster a respiração durante o máximo tempo possível para não
deixar a água inundar os nossos pulmões. Controlamos tudo e todos (pelo menos
acreditamos que sim) mas não sabemos o que fazer quanto a nós próprios. Quanto
aos nossos desejos e medos e as partes mais obscuras do nosso ser. O
desconhecido sempre foi algo assustador, de verdade. Enquanto que ser “pequeno”
nunca incomodou ninguém. Viver pelas regras e seguir o caminho traçado por
outro também não.
E se não quiser viver conforme o planeado? O que
estará para lá da monotonia diária? Há tanto por descobrir, por explorar, por
onde crescer (sim, crescer). É a isto a que me refiro quando falo em ser
pequeno, não de tamanho, mas sim de espirito. Ao longo de dezassete anos
conheci gente incrível, gente que deseja mais do que tem e que faz por isso.
Quero ser assim também. Não acredito em Deus e por essa mesma razão não penso
que o facto de respirar seja uma dádiva divina. Mas acredito que vim a este
Mundo com o propósito de fazer algo, de mudar algo. Critico-me a mim, antes de
qualquer outra pessoa. Vivo influenciada pelos meus chamados “problemas de
adolescente” e fecho os olhos aquilo que está a minha volta. Sinceramente
espero que daqui a uns anos olhe para trás e diga que estes foram os anos mais
estúpidos da minha vida. Ou não, quem sabe? Mas que está na hora de deixar de
ser “pequena”, lá isso está.
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